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Esquadrão Suicida foi bom, sim. Mas poderia ser (bem) melhor.


Suicide Squad

Já faz algum tempo, parei de ler qualquer coisa sobre filmes antes de assisti-los, especialmente os baseados em quadrinhos e outras mídias. Assim como também não assisto mais a todos os trailers (no máximo os teasers e o trailer oficial #1). E certamente é muito por conta disso que gostei de Esquadrão Suicida. Acredito que fui com a visão que os idealizadores do filme gostariam que o grande público fosse: alguém que sabe muito pouco ou quase nada sobre o filme e os personagens.

Deadshot

O filme começa muito bem. O primeiro personagem a aparecer é aquele que praticamente domina o filme e que certamente fica mais tempo em cena. Arrisco dizer até que é o protagonista do mesmo. O Deadshot/Pistoleiro de Will Smith é um personagem interessante. Ele é responsável pelos momentos emocionantes da trama. E Will, nós já sabemos, sabe emocionar. Conheci o personagem através da série Arrow e devo dizer que este Floyd Lawton (alter ego de Deadshot) é bem mais legal que o da série. O talento de Will foi um diferencial aqui. E certamente, o maior tempo em tela e o tal protagonismo que citei, é devido ao grande ator que interpreta o personagem.



Junto com a aparição do primeiro personagem, temos também uma amostra de outra grande estrela do filme: a trilha sonora. Temos Queen (porém, li por aí que na verdade se trata de uma versão cover do Panic at the Disco, o que não deixa nada a desejar), Black Sabbath, e Creedance na turma dos clássicos e Eminem, Skrillex e um time que conta com Lil Wayne, Wiz Khalifa e Imagine Dragons (em uma canção inédita) representando a nova geração. Mas mais do que simplesmente bons nomes e boas canções, a escolha delas e o momento em que aparecem, estão perfeitamente encaixados na história. Ainda nos 5 minutos iniciais, antes mesmo da logo com o título do filme, somos apresentados a Amanda Waller (Viola Davis) ao som de Sympathy for the Devil. No momento em que a equipe começa a se formar de fato, e estão se equipando pra primeira missão, Without Me diz "(...) Now this looks like a job for me / So everybody just follow me / 'Cause we need a little controversy / 'Cause it feels so empty without me". Quando uma louca resolve mostrar que de fato a é, temos Paranoid rolando. Quando essa mesma pirada, está usando e abusando de sua sensualidade à flor da pele, o tom é dado por Super Freak. E por aí vai.


Harley Quinn

Aliás, falando 'nessa louca', outra que rouba a cena é a Harley Quinn/Arlequina de Margot Robbie. Isso se deve muito, sim, ao fato da personagem ter muito apelo sexual. Mas ela não é só isso, e atriz conseguiu dar o tom insano que a personagem requer, sem ser muito irritante. Mas nesse caso, talvez os fãs mais chatos não curtido tanto, já que ser irritante é um de suas principais características (como ela mesma diz no longa). Pra mim ficou bom assim, bem dosado e convincente. E só pra constar, tem fan service / easter egg com a personagem.


Amanda Waller


Outro personagem que ficou muito bem representado graças ao talento de quem lhe dá vida, foi Amanda Waller. Viola Davis começa morna, mas conforme vai desenrolando a personagem, é a que mais se impõe nessa turma de caras maus. Não foi a toa que Viola foi premiada e aclamada por How to get away with murder, ela manja desse troço. Amanda é uma 'Dama de Ferro' e bota moral, como se diz aqui no RJ. Até o próprio Batman há de reconhecer suas habilidades. Outro 'só pra constar': há uma cena pós-créditos, bem interessante por sinal e que envolve esses dois.




Esses três são os personagens que já conhecia um pouco, seja de forma breve pelos quadrinhos, ou um pouquinho melhor através de desenhos animados ou séries. Dos outros membros da equipe, só conhecia o Capitão Bumerangue, devido a participação do personagem na série The Flash, porém esta foi muito curta e não dá conhecer de fato o personagem. Mas dá pra dizer que Jai Courtney, o ator que dá vida ao personagem no filme, fez um bom trabalho, pois o Capitão é bem pirado, dá pra ver em seus olhos (só não tanto quanto Arlequina, claro). No entanto, o personagem quase não tem participação na história. Posso dizer quase que exatamente o mesmo de Katana. Só a conhecia de Arrow, e mesmo assim ela quase não apareceu como esse alter ego (além de não ter todas as características dessa do filme). Também não tem muita influência na história. Killer Croc/Crocodilo é outro que já tinha visto brevemente nos quadrinhos e nos games do Batman. Fiquei um tanto decepcionado com a representação dele na telona. O Croc que eu conheço é um monstro, enorme e muito forte fisicamente. Esse, é tipo um cara muito musculoso com uma maquiagem um tanto duvidosa e cabeção. É tipo a diferença entre o Hulk do Lou Ferrigno e o do Mark Ruffalo. Ele também me pareceu um tanto inútil a maior parte do tempo, mas foi importante na sequência final. ​​ ​​​​

Killer Croc & Captain Boomerang

El Diablo era um personagem que eu não conhecia e achei muito interessante. Merece mais tempo em tela e maior aprofundamento em possíveis sequências. Acaba sendo um dos (senão o) membros mais importantes do time. Por outro lado, também não conheço o Coronel Rick Flag, e sendo ele apresentado como o líder da equipe, esperava mais. Achei o personagem muito fraco, quase inexpressivo. Pior do que o Ciclope da trilogia original de X-men. Também não conhecia a Enchantress/Magia tampouco me lembrava de sua intérprete, Cara Delevigne. Confesso que fui surpreendido por ambas. Achei a personagem incrível, tanto que sua participação no filme é fundamental. Fico ansioso pra ver como ela será aproveitada daqui pra frente. E a atriz consegue dar o tom certo pra personagem, extremamente sombrio, passando até um certo medo. Já o Slpknot/Amarra... Não sei como avaliá-lo... Bem, o que posso dizer sem dar muitos spoilers é: se você assistiu Arrow, em especial ao episódio 16 da segunda temporada (intitulado Suicide Squad), eu diria que Slipknot/Amarra = Shrapnel/Estilhaço. Isso basta.

Equipe reunida

Minha maior expectativa a respeito do filme estava depositada no Joker/Coringa de Jared Leto. Há diversos motivos para isso. A nova cara do personagem, que surpreendeu quando apresentado ao público; as suas aparições nos teasers e trailer que vi foram muito boas; o talento do ator, que já está consolidado e consagrado levando até Oscar; e, é claro, a inevitável comparação com o Coringa de Heath Ledger, que é intocável, mas que seria interpretado pela primeira vez desde então.

Talvez por ir com tanta expectativa que eu tenha me decepcionado um pouco. Veja, não digo que a interpretação não está boa ou mesmo que o personagem não está bom. Acredito que simplesmente não dá pra avaliar bem. O personagem foi mal aproveitado. Já li que, aparentemente, o corte final, a edição que foi pros cinemas não foi a melhor, ou mais favorável pro personagem. Pode ser.

Achei que a nova roupagem do personagem ficou muito boa. SIM, EU GOSTEI. Não me venham com essa de 'isso não é Coringa, isso é um funkeiro' (Funkeiro de SP, que fique registrado, pois não se parece nem um pouco com os funkeiros de raiz do RJ). Gente, é um NOVO Coringa. Outra realidade, coloquemos assim. Pra quem é fã de quadrinhos, isso deveria ser muito simples de entender. Acontece toda hora. Sempre tem um personagem mudando de uniforme, de origem e tudo mais. E esse 'novo Coringa' me agradou, na medida do possível.

Desde o anúncio de que teríamos novamente o personagem no Universo Cinematográfico da DC, antes mesmo de ver qualquer imagem de Jared caracterizado como tal, eu já havia comentado que esse deveria ser um Coringa totalmente novo e diferente do que já havíamos visto. Afinal, não só pela icônica interpretação de Heath Ledger em Batman, o Cavaleiro das Trevas, mas também porque as outras versões que já havíamos visto (tanto a de Jack Nicholson no filme dos anos 90, como o de Cesar Romero, na série de TV dos anos 60) foram igualmente inesquecíveis e únicas. Precisávamos de uma versão totalmente diferente das anteriores. E isso, sem dúvida, ele é. Goste você ou não dessa versão, ela é nova e atual. Além de encaixar muito bem nesse Universo que a Warner está desenvolvendo. Acredito que as descrições mais próximas das diferentes versões são as descritas nessa imagem:


As diferentes versões do Coringa

O de Romero, foi O Palhaço. De fato, quem assistia a série, sabe que a loucura dessa versão era mais suave, quase boba, sem deixar de ser maligna.

O de Nicholson era O Gangster. Auto explicativo. No entanto, num estilo mais clássico da palavra, daqueles de famílias italianas ou irlandesas. Basta assistir pra confirmar.

Ledger trouxe O Anarquista. Ele só queria ver o mundo pegar fogo. E dava medo, era insanamente calculista apesar de parecer inconsequente.

Já o de Leto é descrito como O Psicopata. Ainda não vimos esse lado. Eu diria que ele é um gangster moderno, desses que os rappers querem ser (e por vezes são).

(O de Hammil não opinarei por não ter acompanhado, além de não entrar na questão aqui, que é cinema, não animação)

Esperava um Coringa mais amedrontador, como o de Ledger foi. Não consegui sentir medo de Leto. Ele é um psicótico, sem dúvida. Torturador, manipulador, e sem limites. Mas faltou mostrar a que veio. Parecia apenas estar fora da realidade o tempo todo, sem muito objetivo que não fosse usar a Arlequina como diversão (sem deixar de mostrar que realmente gosta dela) e tentar tirá-la da prisão e da equipe, até mesmo como retribuição ao que ela já provou a ele. Enfim, espero que nas próximas aparições, talvez até mesmo numa versão estendida em Blu-Ray, o personagem seja melhor utilizado e mostre a sua cara, mostre tudo o que pode ser. Seja na interpretação de Jared Leto, como no desenvolvimento do personagem em si.


Considerações finais


Acho que o filme cumpre aquele que se propõe: apresentar uma equipe de vilões que é desconhecida do grande público e que pode ajudar aos heróis do Universo DC se conduzidos adequadamente. A equipe acaba não funcionando tão bem assim como equipe, mas acho que era o dava pra fazer em tão pouco tempo, já que era preciso apresentar quase todos os personagens e vilões² (já que eles enfrentam alguém no filme, né? Esses caras são mais vilões que eles mesmos).

O filme tenta ter um tom de humor não tão comum aos filmes da DC, mas não é tão bem sucedido. A Warner precisa trabalhar mais nisso. Mas não chega a atrapalhar, diria que funcionou em 70% da sua capacidade.

É inevitável que haja comparação com Os Guardiões da Galáxia. Não que a equipe tenha algo a ver, se fosse o caso eles deveriam ser comparados com os Thunderbolts da Marvel. Mas como essa equipe ainda não foi retratada na telona, compara-se com a improvável equipe de super-heróis cósmicos. Afinal, tratava-se de uma aposta do estúdio em personagens desconhecidos do grande público e que formam uma equipe, digamos, estranha, na expectativa de ganhar popularidade. Na Marvel deu MUITO certo. Na DC, por enquanto, funcionou em termos, afinal, as vendas de HQ da equipe já saltaram mesmo antes da estreia do filme. E deve continuar em alta após. E o público agora conhece os personagens, além da bilheteria estar respondendo bem. Mas o que mais me incomodou, foi o fato de a Warner não ter tido a mesma coragem que a Fox teve com Deadpool. Já que era pra arriscar, que o fizesse com o formato que os personagens pedem. Deadpool é muito engraçado, e suas piadas são uma das suas principais características. Isso estava lá no filme. Mas mais do que isso, Deadpool é um assassino de aluguel, sanguinário, boca suja, com apelo sexual. Dessa forma, a única forma do personagem ser retratado minimamente bem nas telonas seria com classificação 18 anos. O Esquadrão Suicida deveria ser assim. E não foi. São um bando de criminosos, alguns deles loucos de pedra, sanguinários, assassinos, e tem duas personagens de altíssimo apelo sexual. Entretanto, não temos sangue jorrando na tela, não me lembro de ter ouvido um palavrão (um fuckzinho que fosse, no máximo um shit vindo de Amanda Waller), pouca carne à mostra (não que isso seja essencial, mas estaria de acordo com os personagens), nem mesmo uma piada suja ou de duplo sentido mais claro. Enfim, a classificação adequada deveria ser 18 anos. Tenho certeza que daria certo, pois além de encaixar melhor na história, por si só a classificação já chamaria o público, que nem conhecia o Deadpool e saiu do cinema doido por uma continuação. Mas faltou culhões e visão à Warner.

Fora isso, acredito que o filme é agradável. Vale a pena o ingresso, como entretenimento. Não deve ser encarado sob grandes expectativas, mas basta que seja assistido como eu o fiz: sem muito conhecimento a respeito, permitindo-se surpreender e de cabeça aberta, esperando conhecer algo novo/diferente, nada mais que isso.


O Esquadrão todo


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