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Crítica | Venom

Se você é leitor de quadrinhos, especialmente os do Homem-Aranha, o primeiro passo antes de assistir a Venom é: esqueça a origem que você conhece desse personagem e qualquer envolvimento que ele tem com o herói e todo o Universo Marvel. Se você não se encaixa nesse perfil, pode avançar para o segundo passo.


O segundo passo é estar com a mente e o coração abertos para assistir a um filme sci-fi/ação que deveria ter classificação etária pelo menos 16 anos, mas que é apenas 14. Expectativa baixa, esse é o segredo.


Tendo observado tais passos, o filme é divertido e pode até ser considerado um bom filme.



Começando pelo que é realmente bom no filme: Tom Hardy. Como já era de se esperar, o astro está muito bem e mantém o nível de atuação que pode ser visto em tudo aquilo que tem estrelado nos últimos tempos. Ele está bem em todos os itens que caracterizam uma boa atuação, é convincente e digno em todo o tempo que está em cena. Outros itens positivos são técnicos: efeitos visuais e sonoros. Ambos são executados com, no mínimo, dignidade. As cenas de ação são quase sempre muito boas, há a perseguição de carro/moto clichê e na maior parte das vezes em que Venom está usando seus poderes ou se transformando, o CGI está bem feito. Há exceção para uns dois momentos quando temos a impressão de que estamos assistindo uma cena de vide game.


Menção honrosa para as atuações de Michelle Williams e Reid Scott, que interpretam Anne e Dr. Dan, respectivamente. Se suas atuações não estão excelentes, pelo menos estão dignas e de acordo com o que se espera de seus personagens. Não comprometem.


Agora, o que está ruim, pode comprometer a experiência de quem assiste. O principal é o roteiro: há pequenos furos, e os mais experientes podem dar algumas risadas de nervoso. Venom faz piadas desnecessárias por vezes e muda muito rápido de um ser que é puro instinto e violência para racional e ponderado.



O vilão, que se constrói bem ao longo do filme e tem uma boa motivação, acaba sendo pouco aproveitado no final. Quando separamos este em dois momentos, fica mais visível a disparidade. Carlton Drake (Riz Ahmed) é um bom vilão, poderia até entrar no hall dos mais interessantes da Marvel. Já Riot, que é como o simbionte que o toma como hospedeiro se auto-denomina, é overpowered, e apesar disso, acaba sendo vencido facilmente.


O maior problema de Venom é não estar conectado ao MCU, ou mesmo a qualquer coisa que o conecte ao Homem-Aranha pelo menos. E parafraseando Maurílio do Choque de Cultura, "Filme de vilão do Homem-Aranha, sem Homem-Aranha, é golpe!"


Se você é um dos pouquíssimos que leu a HQ na qual o roteiro se baseia, Lethal Protector, vai ser que a adaptação é até bem fiel a esta. A maioria dos elementos ali contidos está lá. O problema, é que esse é um filme de origem do personagem, e esta, é intimamente ligada ao Aranha.


Nos quadrinhos, o simbionte se apossou de Peter Parker sem que ele soubesse do que se tratava durante as Guerras Secretas e com o tempo, o rapaz percebe que o seu 'novo uniforme' o estava dominando e fazendo mal. Daí, ao se livrar dele, o alienígena que ali estava acaba encontrando Eddie Brock, que desiludido da vida, acaba sendo o hospedeiro perfeito para o 'parasita'. No filme, nada disso é dessa forma.


Contudo, se você seguiu os passos apresentados no início desse texto, você pode comprar a ideia. Não é nada absurda ou mal contada. Apenas não é o que os fãs gostariam. E assim o filme é do início ao fim. Um filme pelo menos razoável, que no entanto poucos queriam. Pode-se resumir Venom com a seguinte afirmação: como um filme de ação/sci-fi é um bom filme para curtir em um dia de promoção no cinema; como adaptação, ele falha miseravelmente.


Caso você vá ao cinema, faça valer o dinheiro investido em seu ingresso até o fim: a primeira cena pós-crédito quase cria um hype para uma continuação, onde um personagem importante aparece (interpretado por um grande ator); e a segunda cena pode ser considerada a melhor coisa de todo o filme, e é o máximo que você verá sobre Homem-Aranha, mesmo não tendo ligação direta com o filme (ou será que tem?!).

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