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Crítica | Jessica Jones - 2ª Temporada

Apenas recentemente assisti à segunda temporada de Jessica Jones. Comecei um pouco receoso por conta das últimas séries da parceria Marvel/Netflix não terem correspondido tanto às expectativas. Eu até gostei de Luke Cage, Punho de Ferro e Defensores. Mas, de fato, elas não chegaram próximo do quão boas foram as duas primeiras temporadas de Demolidor e da primeira de Jessica Jones. Por outro lado, exatamente por ter gostado tanto da (anti-)heroína beberrona e boca suja, eu estava ansioso para ver essa segunda parte pós Defensores.


E valeu a pena. Pelo menos da metade para o final. A temporada começa no mesmo ritmo das três séries supracitadas como abaixo da expectativa: muito lenta. Deu até preguiça de continuar e até, mais ou menos, o episódio 5 foi difícil assistir até mesmo um episódio por dia. Mesmo assim, há de se admitir que os roteiristas conseguiram manter a temática de drama constante nessa temporada.


Se na primeira tivemos temas como estupro, relacionamentos abusivos e outros temas muito pertinentes nos nossos dias e que mais heróis/heroínas deveriam abordar, nessa aqui temos alcoolismo e problemas familiares, especialmente no relacionamento de pais e filhos. Ou melhor, mães e filhas.


Já conhecíamos a mãe de Trish e sabíamos de muito do que ela era capaz. Mas nessa temporada conhecemos um pouco mais de sua personalidade e sua loucura. A forma como ela abusa da filha para conseguir dinheiro e sucesso é repugnante e triste. Mesmo assim, ela é uma mãe. Podemos ver as nuances da personagem e quase sentir pena dela. Aliás, essa é uma das melhores questões dessas séries Marvel/Netflix: ninguém é só mau ou só bom o tempo todo. E pra tudo há um porquê.


Além disso, também conhecemos a mãe biológica de Jessica. Sem querer dar muito spoilers, dá pra dizer que é a principal novidade dessa temporada, e ela é mais uma das que mostram que nem tudo é preto no branco. Ao conhecermos a personagem, também conhecemos a origem de Jessica: como ela ganhou seus poderes e como ela era antes de ser o poço de azedume e sarcasmo que conhecemos hoje, além do que a levou a ser assim.



Também vemos aqui uma aprofundação (essa palavra existe?) nos personagens Malcolm (o vizinho dependente químico que Jessica 'adota' como irmão), Jeri Hogarth (a advogada de escrúpulos duvidosos) e Trish Walker (a irmã adotiva de Jessica que é uma ex-celebridade teen). Todos esses com dramas bem intensos, como a já mencionada dependência química (aqui se estendendo à Jessica e Trish), uma doença terminal envolvendo Jeri (o que acaba levando a personagem a se mostrar mais humana) e os relacionamentos interpessoais de todos esses personagens que acabam estreitando e logo em seguida afrouxando laços.


Um ponto interessante aqui é a reafirmação do girl power inserido na primeira temporada. Fica muito claro o protagonismo feminino aqui. O único personagem masculino com relativa importância na história é Malcom.


Sem dúvida o melhor dessa temporada é a relação conturbada de Jessica com sua mãe. A heroína mostra um lado seu nunca antes visto e quase inimaginável. E isso a torna ainda mais adorável. Os conflitos tanto dela com a mãe como com sua irmã adotiva e melhor amiga acabam levantando questões importantes como as do papel de um super-herói e se assassinos, e estupradores e outros vilões desse naipe merecem morrer ou não, e se não, o que merecem afinal. A questão que já havia sido levantada na segunda temporada de Demolidor, aqui é vista com outro prisma. E isso leva Jessica a repensar se vale a pena continuar como 'vigilante' e a leva aos seus limites, encarando demônios internos.


Mas ainda melhor que essa trama, é o episódio 11. Nele há uma participação super especial, que não vou dizer por motivos de spoiler. Mas essa participação é fundamental para a construção de caráter de Jessica ao longo da temporada, especialmente na sua conclusão. Além de ser um adicional hilário, que traz um alívio cômico para a super densa e dramática temporada. Sem dúvida o melhor episódio da temporada.


Por outro lado, há dois pontos que incomodaram um pouco aqui. Em primeiro lugar, apesar de a temporada ficar bem empolgante na reta final, por volta dois 4 últimos episódios, ela demora muito a engrenar. A meu ver, desnecessariamente. A segunda temporada de Demolidor mostrou que dá pra ser empolgante mais cedo e manter a pegada até o fim. O segundo ponto é a falta de conexão e até mesmo menção às outras séries do Universo onde se passa. Não há nada sobre os Defensores, salvo uma piadinha do tipo 'Já trabalhei com gente esquisita antes', ou algo do tipo. Isso porque nem vou entrar no mérito do não envolvimento desses 'heróis urbanos' no restante do MCU, cujas aventuras se passam na mesma cidade! Outro que não mereceu sequer uma menção, e isso me incomodou um pouco, foi Luke Cage. Jessica e Luke formaram um casal anteriormente (nas HQs até se casam e têm uma filha), e não há mais nada a respeito disso. Ele, inclusive, parece mais envolvido no momento com Claire (a enfermeira noturna). Aqui, Jessica já tem até um novo interesse romântico, e até nos faz 'shippar' o casal. Ok, mas e o Luke?! Nem uma explicaçãozinha?!


Além disso, não temos mais alguns elementos que já eram tradicionais nessas séries: a cena do corredor e a própria Enfermeira Noturna. Mas isso não chega a ser um problema. Tais elementos não foram inseridas, e se as fossem só por fazer, sem um bom contexto, foi melhor que não as tenham sido.


Mesmo com seus altos e baixos, a segunda temporada de Jessica Jones merece sua atenção, goste você ou não de produções de super-heróis. Até mesmo porque na maior parte do tempo trata-se de uma série de drama com alguns personagens com habilidades especiais. E como dito, há esse questionamento do papel de um super-herói. Tenha paciência com os episódios iniciais e o os últimos farão valer a pena.


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