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Crítica/Resenha: Alex Strangelove

Vez ou outra procuro filmes alternativos para assistir. Quando digo 'alternativos', não significa que precisam ter baixo orçamento, ou ser uma produção iraniana. Pode até ser, mas não é uma regra. Chamo de alternativo aquilo que não é blockbuster, aquilo não recebe tanta atenção da mídia especializada e acaba ficando mais underground ou voltado para algum nicho específico.


O catálogo de produções originais na Netflix tem aumentado muito, e fica até difícil acompanhar todos os lançamentos, especialmente esses que recebem menos atenção do grande público.



Uma dessas produções Originais Netflix que me chamou a atenção recentemente foi Alex Strangelove. Um dia vimos o anúncio do lançamento do filme e achamos interessante, deixando para assistir em outra ocasião.


A sinopse é a seguinte: Alex Truelove (Daniel Doheny) é um aluno exemplar do último ano do Ensino Médio. Ele tem um grande futuro pela frente, mas antes de se formar ele quer alcançar o último marco da adolescência: perder a virgindade com a sua namorada, Claire (Madeline Weinstein). Tudo se complica quando ele conhece Elliot (Antionio Marziale), um charmoso menino gay que sem querer põe Alex em uma jornada de autodescoberta.


A sinopse já é interessante, foi o que nos chamou atenção. Mas quando o filme começou, já nos ganhou pela estética. Sabe aquelas características que você reconhece em um filme e já sabe de quem é? Tipo os ângulos diferentes e diálogos verborrágicos nos filmes do Tarantino; o slow motion e o 'filtro' nos filmes do Zack Snyder e por aí vai. Pois esses itens tão marcantes em produções, incluindo a narrativa em si, são bem legais e você já pode notar logo nos 10 minutos iniciais de filme.



Outra surpresa agradável, foi a atuação do elenco principal do filme. Não apenas do par que estrela o longa (Daniel Doheny e Madeline Weinsten), mas também os coadjuvantes, especialmente Daniel Zolghadri, que interpreta Dell, o melhor amigo de Alex, e Antonio Marziale que interpreta Elliott, o menino que acaba levando Alex a repensar sua sexualidade. Todos estes estão excelentes nos papéis que interpretam. Alex acaba sendo um protagonista até de menos expressão, perto do brilho de Claire, do carisma de Elliott e do humor e surpreendente sensibilidade de Dell.


Sobre a história, esta é, a princípio, uma nova tendência nos filmes adolescentes. O sub-gênero que fez muito sucesso nos anos 80 e 90 e veio perdendo força no início dos anos 2000, agora tem voltado repaginado. Os dramas e situações hilárias que os jovens enfrentam na idade em que estão entre o Ensino Médio e a faculdade mudaram, e muita coisa do que se fazia antes não cabem mais, bem como muito do que se vê hoje era inimaginável em outras épocas.


Por mais que muita coisa seja parecida, as adaptações pra atualidade são claras. E nesse filme são colocadas com muita naturalidade, com delicadeza que até esquecemos que estamos vendo um 'triângulo amoroso' onde o menino se apaixona pelo outro menino. As situações absurdas, quase a la American Pie, estão lá. Mas sem o mesmo apelo sexual, sem o mesmo tipo de humilhação, ou bullying, ou qualquer outra situação que cabia antigamente e hoje não mais. Até mesmo o momento mais 'escatológico', é diferente. Pode ser nojento, mas não é tão explícito ou que seja incômodo demais pra assistir.


As questões mais delicadas, como a primeira vez de Alex e Claire, a forma como ele se descobre, como conta sobre sua decisão para ela, a forma como lida com o que sente a respeito tanto por Elliott como por Claire... Situações que poderiam ser muito mais complicadas, poderiam ser um filme de drama, poderiam até perder a mão e ficar caricato.


Alex Strangelove é um filme que deveria ser assistido por todos e apesar da classificação etária de 16 anos, poderia ser assistido até por adolescentes de 14 anos, por exemplo, ou até 13, depende muito da maturidade. Afinal, o que o faz ser vetado para essas idades, se deve muito a linguagem e aos beijos entre pessoas do mesmo. Não aparece nem mesmo peitos. Acontece, que nos dias atuais nada disso é algo que adolescentes não estejam acostumados a ver. O problema é que não é só por ser costumeiro que deve ser incentivado. O que me leva a dizer que deveria ser assistido, é que são situações que podem ajudar muito a esse público a se identificar e se encontrar, além de mostrar que muito do que eles vivem e sofrem é normal e acontece com muita gente.


Este é um filme que emociona, diverte e até ensina. Sobre diferenças, sobre sentimentos, sobre respeito... Algumas vezes de forma bem didática até, outras de forma mais escrachada, zuada, como quando Dell quer provar para Alex que ele não é gay, está apenas confuso e sofrendo muita pressão, daí coloca o pênis pra fora para mostrar ao amigo que ele ainda tem repulsa a isso. Tudo isso sem precisar ser explícito. É um filme, no mínimo interessante por tudo que ele envolve e como mostra e merece sua atenção.





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