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Crítica/Resenha: Pets - A vida secreta dos bichos

Gosto bastante de animações. Nos últimos anos, temos tido pelo menos uma grande animação por ano. E a maioria delas, são melhores aproveitadas pelos adultos do que pelas crianças. Não que elas não curtam, mas os adultos vêem com outros olhos e tiram maior proveito.

Acho que um grande exemplo disso é Divertida Mente. Há também aquelas que são puramente diversão, só pra rir mesmo. Nesse contexto, cito Minions. Acredito que Pets está mais pro segundo caso, do que para o primeiro. É um filme pra rir e não precisar ficar vendo o que há de mensagem ali, pegando as metáforas e questionando a nossa própria existência.


A premissa do filme é simples: mostrar o que os animais de estimação fazem quando seus donos não estão. E ele começa mostrando muito bem isso. Max, um dos protagonistas, é um cãozinho fofo e esperto (e até um pouco mimado) que ama sua dona e não sabe a razão pela qual mesmo os dois se dando muito bem, é 'deixado' por ela todos os dias. Por isso, passa o dia diante da porta esperando-a voltar. Max tem amigos que passam pela mesma situação, e eles se visitam para passar o tempo nesse período, assim como fazíamos quando éramos pré-adolescentes/adolescentes (não sei vocês, mas eu e meus amigos éramos assim: passávamos o período em que não estávamos na escola na casa uns dos outros, ou na rua, enquanto nossos pais trabalhavam).

Max e Gigi

Max, contemplando a porta, esperando sua dona voltar, enquanto Gigi o observa à distância

Gigi, é uma dessas amigas. Ela aparenta ter uma vida bem mais confortável que seu vizinho, e gosta de passar seus dias sonhando com seu amor platônico por Max. Seja observando-o e tentando manter puxar assunto com ele pela janela ou assistindo aos dramalhões mexicanos pela tv. E isso é mais ou menos o que todos os outros pets da vizinhança fazem: curtem suas coisas favoritas enquanto seus donos trabalham: Chloe é uma gata que não se importa muito com quase nada, exceto comer; Docinho é um passarinho que curte altas aventuras (nos filmes de atenção, claro); Buddy é um daschund folgado e que gosta de se massagear com a batedeira; e Mel, um pug que é hiperativo e não parece ter muito com o que se preocupar, sequer temos certeza se ele sabe o que acontece ao seu redor.


Tudo ia bem até que a dona de Max traz um outro cão pra morar com os dois: Duke. Assim como Max, ele era um cão sem dono e é adotado. Claro que Max não gostou nada disso, afinal, agora ele não seria mais o dono sozinho do coração de sua dona e teria que dividir tudo. E mais do que isso, Duke se revelara um tremendo dum folgado. Ele também não estava interessado em dividir, queria tudo pra si.

A partir daí, o filme passa começa a mostrar essa disputa entre os dois, tanto pelo seu espaço na casa, como no coração da dona. Eles passam a querer um se livrar do outro. Até que num passeio no parque, Duke elabora um plano pra se livrar de Max. Mas o plano sai errado quando ambos se vêem cercados por gatos de rua num beco e tem suas coleiras tomadas. Daí passam a ser cães de rua e precisam fugir da Carrocinha.


Os 'caras maus'

É então que conhecemos a galera do esgoto, os pets que foram renegados por seus donos e se uniram pra destruição da humanidade. Comandados por Bola de Neve, um coelho que parece muito fofinho mas que na verdade é um psicótico, eles elaboram um plano para resgatar um dos seus de uma carrocinha e acabam liberando Max e Duke, que fingem ser cães de rua para serem resgatados.

Enquanto seu grande amor passa por poucas e boa nos esgotos de Nova Iorque, Gigi parte numa aventura para tentar encontrá-lo e salvá-lo. Nessa ela conhece Tiberius, é um falcão que tem instinto predador, mas que acaba se dispondo a ajudá-la em troca de amizade, algo que nunca teve.

Gigi e Tiberius

Essa dupla improvável, junto dos outros bons amigos de Max, acaba chegando a Pops, um velho cão que vive numa casa que é um point pra cachorrada cool da vizinhança. A festa rola o dia inteiro todo dia por lá. Aliás, esse é um momento cômico no filme, a forma como os animais curtem, lembrando muito o que vemos em filmes de adolescentes bebendo e curtindo. Pops tem seus contatos no esgoto e leva a turma até seus amigos.


Snow Ball, o psicótico fofinho

Nesse meio tempo, o filme mostra ingredientes chaves na construção de filmes de sucesso de público: perseguição de carros, acidentes espetaculares, momentos de tensão e cenas de luta. Eu mesmo vi várias referências, desde Matrix até Mr. Magoo (?!). Além disso, temos vários momentos cômicos, para todos os gostos de humor. Eu ri muito durante o filme, assim como minha filha de 4 anos. É engraçado para todos. Eu destaco a dublagem, que está ótima. Eu demorei pra descobrir quem dublava os personagens, mas depois que soube quem eram, consegui ver muito o ator ali, e com muito talento. Pra mim, a melhor dublagem fica por conta do Bola de neve, mas vencendo por muito pouco a da Gigi.



Tecnicamente, o filme também mostra muita qualidade. Apesar de ser uma animação, a fotografia está ótima, mostrando belos ângulos de Nova Iorque e explorando toda sua potencialidade, indo desde a Ponte do Brooklyn e Central Park, até os becos mais sujos e esgotos da cidade, passando por bairros residenciais mais tranquilos e até mesmo pelo mar e rios. Outra coisa que também é bem aproveitada, por mais contraditório que possa parecer, são os clichês, tanto cinematográficos (explosões, acidentes de carro, mentiras à la 007, momentos de tensão, momentos WTF [cena da fábrica de salsicha, estou falando de você], cenas pastelão e por aí vai). Outra coisa é a construção dos personagens. Todos são ótimos e carismáticos. Eu não sei escolher meu favorito, mas tenho alguns, cada um por um motivo: Gigi, uma patricinha cheia de habilidades secretas, caras e bocas (e boas falas); Bola de Neve, um louco de pedra, super cômico e extremamente expressivo, seja com o rosto ou com palavras (quase um Coringa); Mel, o pug com déficit de atenção e super carismático e Leonardo, um poodle criado num ambiente 'gourmet', onde seu dono acredita que seu cão aprecia música clássica e erudita, mas quando este está fora, escuta System of a down no volume máximo e bate cabeça. Ah, isso me lembra que a trilha sonora está interessante também, como tem sido uma característica recente das animações.


Toda a turma do filme numa sequência engraçada pelas ruas de NYC

Fazia tempo que não assistia a uma animação com tantos aspectos bem aproveitados e com todos os ingredientes para ser um sucesso apreciado tanto por crianças como adultos. Recomendo o filme. Leve sua família e todos terão boas uma hora e meia de diversão, que já começa com o curta dos Minions que precede o filme principal e vai até a cena pós créditos.


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