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Um senhor estagiário

Não sei vocês, mas eu curto muito ser surpreendido por filmes e tô sempre a procura de algum que o faça. Felizmente ainda encontro alguns.


E aconteceu de novo, recentemente. Dessa vez foi com Um senhor estagiário. Mais uma vez, um filme que eu subestimei e que assisti num momento em que só queria um filme de comédia light pra terminar bem o dia. Uma história que você já ouviu.


Mas dessa vez eu estava ciente de que haveria elementos suficientes pra me fazer curtir muito o filme: ter Anne Hathaway e Robert de Niro na mesma película e um plot bem original.


Falando em plot, apesar de ser original, é bem simples: um senhor de aproximadamente 70 anos mas completamente saudável, aposentado e com um belo currículo, viúvo e que desde a morte da esposa não consegue mais achar algo que realmente faça a vida valer a pena, algo desafiador. Até que ele vê um anúncio de uma empresa local que está contratando 'sêniors' para trabalhar com estagiários numa tentativa de diversificar o mercado e fazer uma ação social. A partir daí, a história se desenrola em torno desse senhor em seu novo e desejado desafio na vida e sua chefe, a dona da empresa, que tem dificuldade em lidar com o atual momento da sua vida, no auge de sua carreira e com seus problemas cotidianos de esposa e mãe.

Como dito, simples mas promissor.


O filme pode parecer uma comédia se analisado pelo plot e friamente. Mas se você já leu outras resenhas minhas de filmes aleatórios, já sabe que não é bem assim. É difícil encaixá-lo num gênero simples, aliás. Eu diria que é um drama light e cotidiano com breves momentos de comédia.


Conforme o filme vai acontecendo, fica claro que Ben (de Niro) e Jules (Hathaway) eventualmente se tornarão amigos apesar das óbvias divergências e choques iniciais. Afinal, Jules é uma empresária multitarefas, de vida super corrida e que montou uma empresa de e-commerce há apenas 18 meses, sozinha, e hoje já tem uma sede física no Brooklyn com mais de 200 empregados, em contínua crescente. Do outro lado, temos Ben, um pacato e inteligente senhor, super organizado e com um timing diferente do ambiente de trabalho por ser old school, que obviamente é over qualified para sua função, mas acredita nela e embarca na experiência, e em pouco tempo, conquista a todos da empresa com sua simpatia e seu gosto por ajudar.


Logo se imagina que o drama principal será o fato de os investidores da empresa de Jules estarem a procura de um CEO com experiência na área para dirigir e guiar sua dona na gestão da promissora empresa. Na verdade, o filme faz um bom trabalho induzindo o espectador a pensar nisso (e tentar adivinhar outras coisas, achando que já viu filmes o suficiente a ponto de prever o que virá). Porém, a trama principal, aquilo que realmente faz desse filme especial, não é isso. É apenas um background pro que importa, de fato.


O filme fica bom mesmo quando conhecemos melhor Jules, sua história de vida e seu dia a dia. Até porque o de Ben fica claro desde o primeiro minuto de filme. E melhor ainda é quando Ben finalmente resolve ajudar sua chefe a retomar os trilhos e as rédeas da própria vida, num misto de pai, melhor amigo e anjo da guarda.


Jules é uma mulher do Século XXI que carrega consigo todas as dores e alegrias de sê-la. E tudo que Ben faz, é mostrá-la a si própria. Fazê-la ser o que ela já é mas se esqueceu ou não consegue mais ver. É claro que no meio do caminho Ben também redescobre muita coisa sobre si mesmo e encontra seu desafio, sua alegria de viver.

E qualquer coisa que eu disser a respeito da sequencia do filme, a partir daqui, pode ser um spoiler e estragar totalmente a experiência legal que é assisti-lo.


No fim das contas, o que é classificado como filme de comédia é um filme de experiência de vida, um filme quase que educativo sobre diversas situações que a vida nos nossos tempos nos impõe. Há apenas um grande momento WTF no filme que, possivelmente, lhe fará dar algumas boas gargalhadas. No entanto, há vários outros que, possivelmente e de acordo com a sua própria história e experiência de vida, poderá fazê-lo chorar ou, no mínimo, pensar na vida que leva e repensar sua opinião a cerca de alguns assuntos.


E nem precisava, mas vale registrar que Robert de Niro e Anne Hathaway dão um banho de interpretação e toda cena com os dois é totalmente crível e orgânica. Apesar de seu currículo já extenso, Hathaway nos apresenta uma mulher madura e moderna muito coesa e balanceada, um personagem diferente de outros que já a vimos interpretar, ainda que no início do filme ela pareça ser uma continuação de sua personagem em O Diabo veste Prada. O que dizer então do personagem de de Niro?! O cara já uma lenda no cinema e ainda consegue nos mostrar algo novo! Pois nos acostumamos a vê-lo em senhores ranzinzas apesar do bom coração. Mas dessa vez, ele traz um senhor totalmente simpático, eu diria até fofo, mas sem ser bobo. Um cara que qualquer um gostaria de ter como amigo ou avô/pai. A atuação dos dois já valeria o ingresso do cinema, ou a mensalidade da Netflix, ou do seu pacote Telecine/HBO. E que conste, também, que os personagens secundários estão muito bem representados. Ah, e a filha de Jules é a criança mais fofa/linda do cinema dos últimos anos.

Foto publicada com o único intuito de mostrar essa criança maravilhosa!

Como disse lá no início, é muito bom quando um filme te surpreende e te faz sentir que ainda vale a pena acompanhar essa arte e no caminho, aprender com ela sentindo-se vivo e feliz por estar.

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