13 reasons why e toda escrotidão do ser humano
Comecei a assistir 13 reasons why da Netflix muito por conta da hype, da modinha. Confesso. Mas não foi só por isso. A premissa me conquistou: a história de uma garota que se matou e deixou fitas para todos aqueles que ele foram, de certa forma, 'responsáveis' por seu suicídio. Simples, mas certeira. Falar de depressão, crise existencial e colocar isso sob um ponto de vista adolescente sempre foi clichê, mas nessa geração atual, é muito mais eficaz. Não tinha como não dar certo.
Entretanto, a série não é apenas mais uma. Não se preocupa apenas em ganhar o público. Ela é bem profunda e nos leva, sim, a todos, a uma profunda reflexão e autoanálise.
Eu poderia transcorrer diversas linhas fazendo uma resenha, dizendo os pontos fortes e fracos, falando das atuações e esse tipo de coisa. Só que resenhas ou críticas assim, tem aos montes na internet. E pra não dizer que não falei nada a respeito, quero ressaltar que achei a interpretação de Dylan Minnette (o Clay) surpreendentemente muito boa, pois acho que em geral, sua cara é sempre a mesma, e que ele sempre me passa a impressão de ter acabado de ter recebido um jato de spray de pimenta nos olhos. Ele consegue ser bastante convincente sobre todas emoções que quer transmitir. Além da estética, da forma como a história é contada e o jeito como os flashbacks se entrelaçam com 'o presente' ser muito bem executado, por vezes até confundindo um espectador mais distraído ou destreinado.
E apenas mais um dado técnico que achei muito perspicaz (e confesso que fiquei muito orgulhoso de mim mesmo por perceber, o que significa que tenho visto filmes demais... o que no fundo não sei se deveria ser motivo de orgulho...): quando há uma cena em flashback, os tons são mais vivos, e tendem ao laranja, cor que pode representar estado de excitação, animação; e quando estamos 'no presente', os tons são mais pro azul, inclusive nas roupas das pessoas, sempre puxando pro mais fechado, já que essa cor representa tristeza e depressão. Se você não reparou isso, volte a qualquer episódio e repare.
A questão das cores e os sentimentos que elas representam
Mas eu não vou por esse caminho. Vou optar por um texto mais pessoal, íntimo. Quero falar sobre como a série me tocou e me fez não apenas reviver sentimentos e sensações que eu havia enterrado bem fundo no meu inconsciente, entretanto sempre estiveram vivas lá no fundo; mas também a enfrentar esses demônios e perceber o quanto houve de progresso. Além, claro, de mostrar que muita gente sofre com problemas parecidos com os nossos, os mesmos que acreditamos ser bobagem, ou que assim nos fizeram acreditar.
A série mostra vários tipos que muitos de nós conhecemos bem. Seja porque sofremos nas mãos desses tipos; porque conhecemos muitos deles, mesmo que estes não nos tenham feito mal (ao menos diretamente); ou porque, até mesmo, sejamos nós os tais tipos. Em vários outros momentos, não reconhecemos nada, e achamos até bem irreal, pois é o tipo de situação cultural que não nos é familiar.
Porém, acredito que o mais duro da série e, na minha opinião, o seu grande diferencial, é ela mostrar como somos escrotos e de que forma nossa escrotidão pode afetar as vidas dos outros.
Um bom exemplo dessa escrotidão na série, e que me tocou pelo fato de eu já ter sido o escroto em questão, e nunca sequer o notei. A questão é que o que um pode considerar errado, pra outro pode não ser nada de mais. O tal exemplo, é a lista na qual o personagem Alex inclui Hannah, uma lista com a meninas da escola, onde havia a dos melhores lábios, melhores pernas, melhor bunda (no caso a própria Hannah) bem como as piores. Eu, quando adolescente, também fiz com os amigos da escola listas com as meninas, só com as melhores. Na época, eu teria uma reação parecida com a de Clay: acharia que as meninas deveriam ficar felizes por estar na lista, afinal, estavam sendo elogiadas. Isso é um belo exemplo da nossa falta de empatia (um dos grandes males dos nossos tempos). E Hannah deixa isso muito claro para Clay nessa sequência:
Nós, homens, nunca poderemos entender, de fato, como isso pode ser degradante (desagradável, humilhante, invasivo, ... escolha a melhor/pior palavra) para uma mulher uma lista do tipo. Por diversas razões. Não apenas pra quem está na lista dos piores, mas também na dos melhores. Hoje eu consigo entender isso. Quando eu era adolescente, eu era bem mais escroto.
Na série, por exemplo, além de Hannah ter ficado chateada por ser comparada com outras de forma tão invasiva, isso afetou suas inseguranças consigo própria. Além do mais, a repercussão foi bem negativa pra sua fama. Todos passaram a vê-la apenas como uma bunda, e muitos meninos acharam que isso lhes conferia o direito de testar se isso era mesmo verdade. Imagina como deve ter sido pras que estavam na lista de piores? "Ah, fala sério! Basta você não ligar pra opinião dos outros! Ignora, faz piada com isso, traz a seu favor!" Cara, se você é capaz disso, parabéns! Você faz parte de um limitadíssimo grupo. A maioria esmagadora das pessoas não tem essa habilidade, pelo menos não com facilidade. Além do mais, se a pessoa já tem suas próprias inseguranças, o impacto vai ser ainda maior.
Outro item que acaba estando ligado a esse mas vai mais além, é a questão do stalker. Nos nossos dias, quase todo mundo é um stalker em potencial. São tantas redes sociais e tem tanta tecnologia em tudo, que é possível praticamente vigiar uma pessoa pela qual se tenha obsessão. E isso é muito perigoso. Mais perigoso do que vigiar ou perseguir alguém, de fato, é a invasão de privacidade. Um celular num momento íntimo pode acabar com a reputação de alguém ou criar um tipo de fama indesejada. Seja baseado em algo real, ou mesmo que possa parecer ou insinue algo que a criatividade (e perversão) possa imaginar.
Mais uma vez, me sinto péssimo por saber que posso ter causado constrangimento a pessoas que possam ter sido afetadas por questões parecidas. Tanto eu, como amigos, certamente já vimos ou soubemos (ou expusemos) mais do que deveríamos sobre pessoas que não desejavam e não permitiram tal coisa. Eu, felizmente, aprendi isso logo cedo, talvez pela minha própria concepção de moral. Mas poucos podem ter essa noção, e se são mais influenciáveis, podem ter essa noção muito distorcida. O fato é que em todos os casos, sempre há alguém que sai ferido e outro que ou não liga pra isso, ou nem sequer sabe, pois nem imagina a maldade que fez a outrem.
A série fica muito tensa quando começa a tratar a questão do estupro. O assunto é muito delicado, e nos últimos anos tem sido polêmico de uma forma que eu simplesmente não consigo aceitar. O que era pra ser uma questão de suma importância e seríssima, é simplesmente tratada com banalidade por muitos que a consideram exagero.
Jessica, amiga de Hannah, tem um namorado de caráter duvidoso, Justin. Esse por sua vez, tem um amigo ainda mais inescrupuloso, Bryce. O casal de namorados estava bêbado, e acabaram indo para um quarto na intenção de dar uns amassos mais acalorados, digamos assim. No entanto, Jessica está além de sua capacidade de discernimento. Justin, mesmo não sendo a melhor das pessoas, percebe tal coisa e decide por não forçar nada.
Mas quantos fariam o mesmo? E pior: quantos não se valeriam justamente de tal ocasião de propósito, embebedando uma menina pra poder ter 'sexo fácil'. Hoje, tenho plena consciência de quão abominável é isso. Mas nem sempre foi assim. Há alguns anos, não creio que seria tão escroto a ponto de encachaçar alguém de propósito só pra me aproveitar disso, mas certamente já 'peguei' meninas que estavam visivelmente acima da sua capacidade de decisão racional. Até mesmo já botei pilha pra que amigos o fizessem também.
Não sei precisar o que, exatamente, eu pensava e dizia a respeito, mas muito provavelmente seria o que a maioria da galera que adepta a tal prática diz hoje: bebeu porque quis; se tava lá, é porque queria; era safada no fundo, bebeu pra perder a vergonha, ficar mais atirada; não fiz nada que ela não quisesse também.
Sim, eu era muito escroto. Não pensava que aquilo também é uma forma de estupro. Abusar de alguém que não está capaz de tomar decisões. Sexo não consensual. Hoje me dá uma tremenda vergonha pensar nisso. E a série me ajudou a ver o outro lado disso. Me mostrou a monstruosidade disso. Da mesma forma, pode fazer o mesmo para outros que acham ok. É importante fazer com todos saibam o quão errado isso é. Felizmente, pra mim só foi uma lembrança ruim, pra outros, pode ser um trauma ou pelo menos um alerta.
Essa questão do estupro a Jessica é bem mais complexa que 'só isso'. Pois na verdade, Justin permite que seu amigo Bryce faça o que ele não foi capaz. Tudo que porque acha que deve muito a ele. Então ele deixa um cara se aproveitar da própria namorada, pois se sente inferior ou mais fraco que outro, em dívida também. Na verdade, Bryce sempre ajudou Justin de uma forma que pudesse jogar isso na cara dele quando conveniente. A série não deixa clara essa parte, exceto nesse momento, onde fica implícito. Mas é fato que Justin se sente assim em relação a Bryce. Por ter uma vida difícil ao contrário do amigo, acha que esse pode ajudá-lo a aliviar seu sofrimento, mas sabendo que é muito menos do que ele. Que tudo que ele quiser fazer, por mais humilhante que possa ser pra si próprio, é justo.
Ainda nesse caso, há questão do (não) envolvimento de Hannah no caso. Ela, que estava escondida no quarto e assistiu tudo, se sente culpada por não ajudar a amiga. E é, de fato. Ela poderia ter interrompido o crime, mas ficou com medo, além de não ter certeza se poderia fazer algo. Mas mesmo assim, poderia ter feito alguma coisa depois. Denunciado, contado a Jessica o que viu. Não se calado. Mas foi isso o que ela fez. E isso, a consumiu. Foi ruim pra amiga e também pra própria Hannah. Da mesma forma, muitas pessoas se calam diante de injustiças, crimes, maus tratos, simplesmente por não saberem o que fazer, por conveniência ou medo do que possa lhes acontecer caso o faça. E isso é péssimo para aqueles que sofrem tais males, da mesma forma que pode ser praquele que se calou, caso esse seja uma pessoa decente e tenha um pouco que seja de consciência e coração, como foi pra Hannah.
Também é interessante a questão de como Justin lidou com isso. Ao mesmo tempo que se sentiu mau por ter permitido que algo tão terrível acontecesse, ele acabou fazendo uma lavagem cerebral na própria namorada pra proteger o tal amigo que ele acreditava estar em dívida, mesmo que isso o deixasse com raiva/ciúme. Mas pior ainda, foi pra Jessica, que traumatizada e acreditando estar louca, delirando, ao mesmo tempo que sentia-se invadida, acabou se tornou uma alcoólatra.
Hannah também sofreu na mão de Bryce. Foi violentada por ele em mais uma ocasião em que nós, seres humanos escrotos, diríamos: "Tava lá porque quis!". Eu coloquei 'nós', de propósito, porque por mais que você não pense assim, no fundo, contribui para uma sociedade que pense de tal forma, ou mínimo faz menos do que poderia pra que tal crença mude. Afinal, Hannah foi àquela festa porque quis. Entrou naquela jacuzzi de calcinha e sutiã (na falta do bikini) porque quis. Não revidou mais incisivamente às investidas de Bryce, porque quis (e não porque ele é muito mais forte do que ela, além de até então, ter vivido um péssimo dia e estar abalada psicologicamente). Além do mais, ela é uma vagabunda mesmo, a fama já lhe precedia. Fama essa estabelecida por uma foto invasiva, uma história inventada, um nome numa lista, uns beijos com alguns mau caráter...
Sabe porque Bryce faz coisas do tipo? Porque tem muito dinheiro, sua família não deixaria nada lhe acontecer. Nós bem sabemos que isso acontece todo dia, não? Aqui no Brasil então... Mais um exemplo da escrotidão humana. E quando foi confrontado sobre isso, seja por Clay ou por Justin, resolveu na mão e na intimidação. Como foi acostumado e levado a acreditar que funciona. Muitos de nós já vimos isso acontecer perto da gente. Poucos fizemos algo a respeito.
Da mesma forma, a própria questão do suicídio é tratada com certa indiferença. Por diversas razões. Porque quando não somos nós que sofremos com depressão baixa autoestima a esse nível, achamos uma saída dos fracos. Acreditamos que é possível, sim, ter autocontrole sobre isso. "Cara, você não pensa na sua família? Olha só quantos sofreram com sua tentativa de chamar atenção!". Talvez seja mesmo muito difícil ter empatia quando tal possibilidade nunca passou pela sua cabeça. Mais difícil ainda quando você até já cogitou, mas você é tão consciente que sabe que isso não é solução, que você só vai transferir a sua dor para aqueles que ficarem e que amam você, e você é ingrato ou egoísta o bastante pra pensar só em si. Pior ainda, é quando você, religioso, sabe que jamais faria tal coisa, pois iria direto pro inferno, e que quem sequer cogita tal coisa é porque não tem Deus no coração, caso tivesse, só veria as coisas belas em estar vivo. Deve haver ainda outras correntes de pensamento. Todos esses acreditam que isso é bobeira, bobagem.
Suicídio é bobeira :(
Nenhum desses entende, ou aceita, que um suicida simplesmente não consegue pensar em nada disso. Uma pessoa que leva essa ideia a sério, e aqui eu admito que alguns poucos o façam pra chamar atenção, já chegou num estágio de dor, e talvez depressão, em que a única coisa que consegue sentir ou pensar é em acabar com o próprio sofrimento. E tem mais: você nunca, NUNCA, vai sentir o que o outro sente. Nesse caso, não empatia que seja forte o suficiente. Você pode imaginar, ter vivido situação parecida ou tentar ser muito próximo e conhecer o comportamento do outro. Mas nunca poderá saber a forma como ele sente. Então, nunca diga que o o outro está reagindo de forma exagerada a um problema. Jamais diga que está sofrendo muito por muito pouco, que uma hora vai passar. Não pense que ao dizer "tem gente em situação muito pior" o outro vai deixar de ficar mal. Pode ser até pior.
Nesse ponto a série me atingiu em cheio. Eu mesmo já tentei suicídio. Além de ter conhecido alguém que o fez, de fato. Apenas a pouco tempo fui capaz de entender como esse ex-colega de turma me afetou. E somente ao longo do tempo as marcas psicológicas da minha própria tentativa foram superada. E a série foi importante pra que eu reconhecesse isso. Que soubesse que, no fundo, ainda sou depressivo. Além de ter descoberto recentemente ser ansioso também. Porém, fui capaz de superar. Tive muita ajuda no caminho. Só que o problema nunca desaparece por completo, ele fica só guardada lá no fundo do nosso inconsciente esperando a próxima crise pra tentar se libertar.
As razões que me levaram a chegar nesse ponto, da mesma forma que pra Hannah, foram várias, ainda que poucas saibam disso. Nunca me abri muito a respeito disso. Por isso, a maioria pensa que meus motivos foram banais. Eu penso que nem mesmo posso enumerar tais motivos. Mas acredito que uma série de eventos me levaram até ali. Inclusive o mesmo que foi o principal (aparentemente) praquele ex-colega de turma que citei. Ele deixou uma carta onde dizia que agora, com sua morte, seus pais poderiam ter uma folga no orçamento e poderiam viver com mais dignidade e sem apertos e renúncias pessoais. Isso porque ele estudava em um bom (e caro) colégio e fazia curso de inglês (igualmente caro). Meus pais também passaram aperto para que eu e meu irmão tivéssemos acesso a melhor educação e conforto que eles podiam arcar. Por vezes, eles simplesmente não podiam, mas faziam questão que tivéssemos mesmo assim. Por isso, trabalhavam desumanamente demais e ainda assim, viviam endividados. No dia que entendi isso, me senti péssimo por não tirar o melhor proveito que poderia de tudo isso, me senti culpado pela falta de, sei lá, até vida própria dos meus pais.
Some isso a diversas outras crises existenciais, tudo que eu já havia passado que me fazia sentir menor do que outros em muitos aspectos. "Ah, mas você era muito inteligente! Um orgulho pros seus pais!" Isso também não é bom. Havia muita expectativa sobre mim, e se não havia, eu mesmo colocava. Eu sentia e acreditava que se eu não correspondesse ao que se esperava de mim, eu seria um fracassado, uma decepção pra todos. Já estava passando da idade de retribuir tudo que havia sido investido em mim, e atingir todo aquele potencial que acreditavam (e me levaram a acreditar) que eu tivesse.
Eu também tinha um pouco de Clay. Era amado por meus pais, um bom menino que muitas vezes até sofria por ser bonzinho demais. Era visto como bobo. Também sempre fui mais na minha, apesar de ao contrário dele, ser mais engraçado, não tão antissocial, exceto na fase mais grave da depressão. Isso me atrapalhava com as meninas. Nunca acreditei muito no meu próprio taco, como se diz. Sempre achei que elas estavam mais interessadas nos outros caras, mais descolados, mais bad boys, ou mais atletas (e muito vezes elas estavam mesmo). Mas o fato é que eu simplesmente não sabia como utilizar meus atributos a meu favor, e sequer acreditava ter algum interessante. Outra semelhança, é o fato dos meus pais, mesmo acreditando estar fazendo o melhor pra mim, estavam muito distantes do que realmente se passava comigo. Achavam que me conheciam, se recusavam a acreditar que eu era capaz de fazer algo que eles julgassem incorreto, pois sempre me mostraram o certo. Sempre deram o exemplo. Só que não é o suficiente. Afinal, nos envolvemos com todo tipo de pessoa todos os dias. Tem todo tipo de mau caráter no nosso meio, e nem sempre somos capazes de distinguir as atitudes corretas das incorretas. As vezes, tomamos como modelo aqueles que não deveríamos. Admiramos e aplaudimos atitudes no mínimo duvidosas, simplesmente porque não sabemos que não é legal.
Como acabei de dizer, a série foi muito importante pra que eu me olhasse nesse espelho e visse as minhas atitudes erradas, como eu também sou falho, mas como tenho me superado a cada dia pra ser melhor para os outros e, especialmente, ser melhor pra mim, como ser humano. Mas sabemos que as coisas atingem as pessoas de forma diferente. Pra alguns, ela pode funcionar como um abrir de olhos, pra que elas descubram, percebam que elas podem estar sendo péssimas com alguém, ou mesmo que alguém próximo delas pode estar pedindo socorro e ninguém vê. Pode ainda, funcionar de forma negativa, como alguns relataram, servindo como gatilho e fazendo mal àqueles que já estavam sofrendo. E aí, volta à tona a escrotidão humana.
Ok, eu entendo o ponto de vista até certo ponto. Acho que algumas pessoas aproveitaram pra espalhar ódio, quando na verdade era pra ser o contrário. A pessoa consegue tornar algo que deveria ser bom em um motivo pra sair xingando todos e fazendo críticas negativas de forma exacerbada. Criticar sim, mas vejamos também pontos positivos, e se não acreditar haver algum, pelo menos respeite quem o vê. Da mesma forma que tem uma galera que tá dizendo que é bobagem, que tem gente glamourizando o suicídio, criticando quem o faz, ... enfim, essa guerrinha que acaba com qualquer conversa seja virtual ou real nos nossos dias.
Felizmente, acredito que ela teve um impacto muito mais positivo. Muitos tiveram reação parecida com a minha, de autoanálise. E isso as tem feito bem.
Algumas pessoas se sentiram mais a vontade pra encarar e compartilhar seus fantasmas, como eu mesmo fiz nesse texto e a pessoa acima, num post do Facebook. Ou ainda nesse outro relato na rede do tio Zuckerberg.
E eu estou de pleno acordo com tudo nesse último. Eu poderia fazer pelo menos uns três textos do tamanho desse. Por enquanto, vou encerrar esse por aqui. Como disse no início, não sabia onde ia chegar com o texto, e optei por desenvolvê-lo assim. Sei que não é um bom final, sequer é um parágrafo conclusivo. Sugiro assim, que tire você, leitor, suas próprias conclusões. E que faça esse exercício de autoanálise e descubra o quão escroto você também é ou já foi, contribuindo para um mundo cheio de Hannahs que ainda podem ser ajudadas e pouca gente nota ou quer ajudar.