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Greice na Cidade das Maravilhas - Parte 4



Mesmo achando a sensação ótima, ela sai correndo do banheiro em alguns instantes. Ainda estava na mesma balada barulhenta e de muitas luzes. Somente agora percebe que nem havia tanta gente assim. Nem mesmo era tão barulhenta. Sua audição que aumentava o som. Parecia mais uma boate normal. Só que... Ao abrir bem os olhos e olhar ao redor, percebeu que não era bem ‘normal’. Praticamente todas a meninas estavam com roupas mínimas ou sem a parte de cima. Algumas delas sentadas nos colos dos homens apenas com a parte de baixo do biquíni.


Não entendera bem como fora parar ali, nem o que estava fazendo. Quando estava tentando encontrar a saída, sentiu ser puxada pelo braço. Era o Dodô. “Finalmente alguém conhecido”, pensou. Mas o belo homem tinha uma expressão diferente de antes. Agora parecia um tanto enfurecido. Lhe arrastou pelo meio do salão e a levou até uma mesa onde a Rainha e um grupo de belos rapazes jogavam cartas. Dodô sentou Greice na mesa, à força. Um dos rapazes, o mais bem vestido, abriu um sorriso.


- É! Dessa vez vocês capricharam...- Comentou o rapaz que fumava um tipo de estranho de cigarro.


Greice já havia visto aquilo antes. Parecia um lampião, só que havia um líquido dentro e uma espécie de canudo flexível que o rapaz levava à boca e tragava, soltando uma fumaça no ar em seguida. Não sabia o nome daquilo, só lembrava que era em outra língua.


- Vai um trago, gata? – Oferece o tal rapaz bem apanhado.


Seu rosto era conhecido. Seu nome também. Era um famoso playboy, filho de um milionário, sócio de uma das maiores marcas de artigos esportivos do país. Tinha nome de gringo, mas era carioca da gema: Johnny Hatter. Além de ser famoso pelo sobrenome que carrega, é ainda mais famoso no submundo carioca pelas famosas ‘festas’ que organiza, todas regadas a muito álcool, drogas e sexo. Pelo jeito aquela era uma noite dessas.


Enquanto o rapaz olhava admirado pela beleza de Greice, talvez já imaginando diversas formas de abusar dela, a menina já parecia não conseguir pensar com discernimento, sentia o corpo todo dormente. Somando-se isso a sua curiosidade natural, ela achou que quem está na chuva é pra se molhar mesmo, e aceitou uma tragada. Puxou fundo, sentiu a fumaça invadindo todo o pulmão e estranhamente subindo pra mente.


- Isso aí gata! Vai fundo, se solta e relaxa! Aproveita que a noite é uma criança!


Greice solta o que sobrou da fumaça, e a dormência que já sentia antes, aumentara após aquela tragada. Estava ficando tonta agora. O rapaz sorria e continuava:


- Isso, linda! Manda ver! Cola na minha que tu tá bem. Qual teu nome, princesa? Quem é você?

- Meu nome é Greice Kelly – responde atordoada. Quem sou eu? Não sei.... Quando saí de casa hoje, era uma. Agora, já não sei mais. Fala tu: quem sou eu? Pra onde eu vou? Por que a gente tá aqui?


Hatter dá mais uma baforada, solta a fumaça e junto com ela uma gargalhada:


- Hahaha! Quem é você? Deve ser um anjo, porque você parece que caiu do céu! Tipo, abriu um buraco, do nada, e no meio dessa loucura aqui, caiu você, bem na minha mesa! Você vai ser a princesa da noite! E pra onde você vai, é que nem eu falei antes: vai por mim, fica na minha que tu tá bem. Porque hoje, a gente tá aqui pra celebrar a vida!


Nesse momento as três meninas que se agarravam no banheiro, aproximam-se e sentam-se à mesa. A mais bela das três, a que havia beijado Greice, mostra novamente o mesmo sorriso que havia a seduzido há alguns minutos. Vira-se para Hatter e diz:


- Então essa é cereja do nosso bolo?

- Gostou?

- Tá zuando né?! Amei! Perfeita!


Aquela era Desireé Cheshire, namorada de Hatter. Desireé era mesmo uma gata. E seu sorriso, era ao mesmo tempo lindo e sedutor. Desireé também era de uma família rica, sua mãe era uma duquesa de um pequeno principado na Europa. Mas assim como o namorado, era amante da noite e das farras. Esbanjava sua herança junto com ele todas as noites (e durante o dia também quando lhe dava na telha) e celebrava a vida, que pra ela, era nada mais que uma grande festa. E o álcool, não importava o tipo específico, desde que a fizesse ficar embriagada. Esse parecia ser seu estado normal: louca. Podia ser de bebida ou de drogas, ou dos dois. Seu lema era: ‘Somos todos loucos aqui!’


- Princesa, - dizia Hatter voltando-se para Greice – vamos curtir essa noite! Você é a nossa convidada de honra pra essa festa.


Greice já não conseguia responder por si há algum tempo, fazia as coisas já por instinto, ou por impulso. Mal sentia seu corpo, já quase totalmente dormente. Ao mesmo tempo, sempre que algo ou alguém lhe tocava, sentia cada poro do corpo em êxtase. As amigas de Desireé sobem na mesa. A que estava com os seios à mostra no banheiro, agora dançava de forma sensual com a outra, descendo e subindo enquanto se esfregava na amiga.


- Uhuuuull! – gritava Desireé enquanto bebia de virada uma garrafa de vodka. Virou-se então para Greice, puxou-a pelos cabelos e virou a garrafa garganta adentro da menina.


Assim que a bebida desce pela garganta da menina, ela volta a ter os apagões de antes. Vê apenas flashes do que se sucede naquela festa louca. Todos se agarrando. Muita bebida. Desireé com seu sorriso cada vez mais sedutor, e seu olhar cada vê mais brilhante e ao mesmo tempo distante. Hatter sendo envolvido pela namorada e as outras duas moças.


Greice já está totalmente fora de órbita. Entra na loucura da festa. Percebe que também já está agarrando e sendo agarrada por todos. Começa a tropeçar e esbarrar em tudo, como se seu corpo tivesse aumentado de tamanho. Começa agora a agir de forma agressiva. Sentia-se também, mais forte, mais corajosa. Quando uma das meninas tenta levantar seu vestido, apesar de querer se deixar levar, sentiu que estava sendo invadida, e deu um soco bem no meio do nariz da moça. Não sentiu nada no punho, parecia que estava usando uma luva de boxe ao socar. Nos seus flashes, via uma confusão se instaurando. A moça que jorrava sangue, estava caída por cima de uma mesa. Greice só conseguia se lembrar de dançar e rir, sabe-se lá de quê.


Quando volta de mais um apagão, Greice percebe que está agora no meio de uma confusão. Uma briga generalizada. A Rainha, desesperada com a destruição de seu clube, gritava com o grupo de Hatter, e dizia que iria arrebentar a cara de Greice. Dizia que ia bater nela até arrancar sua cabeça fora. Hatter por sua vez, mandava-a calar-se, dizendo que quem manda ali é ele, e se quisesse, poderia destruir aquilo ali tudo, e depois mandava consertar e deixava ainda melhor do que era antes. Enquanto seu bando o protegia, não deixando a briga chegar até ele, ele apenas cantava e dançava com Desireé e Greice, como se nada acontecesse. A última coisa que Greice lembra de ouvir antes de mais um apagão é Hatter dizendo:


- Toma aí Rainha, seu dinheiro! Isso aqui paga teu prejuízo, a consumação e o presente que me deu essa noite. Agora você não precisa mais arrancar a cabeça dela. Ela é minha! – Referia-se a Greice, ao que jogava na direção da velha gorda um bolo de dólares.


Quando acorda novamente, já não está mais no clube. Estava agora num lugar quieto, parecia um quarto. Sentiu então alguém lhe tocar. Num lugar onde não costumava ser tocada. Olhou e viu Desireé lhe tocando. Não conseguiu reagir. Não tinha forças, e nem vontade de impedi-la. Deixou-se levar. Estava até gostando. Fechou os olhos e voltou a perder o controle de suas reações, parecia poder sentir todos os seus músculos se retraírem a cada segundo. Quando abriu os olhos, por segundos, pode perceber um espelho acima de si, e pelo reflexo viu Hatter nu, filmando as duas que estavam também nuas numa cama gigante. Sem entender, se entrega à sensação incrível que lhe ocorria. E fica assim, inerte por algum tempo.

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