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Greice na Cidade das Maravilhas - Parte 5


Eis que um som de telefone a tira do transe. Hatter atende e diz algo que ela não consegue compreender. Em alguns minutos é uma campainha que toca. Hatter atende, nu. Ainda de olhos fechados, quase fora de órbita, Greice ouve uma voz familiar. Ouve também as seguintes palavras vindas de Hatter:


- Muito bom, muleque! Mandou benzaço! Merece uma bela duma gorjeta. Entra aí, hoje é teu dia de sorte!


Então Greice tentar olhar quem se juntava ao grupo agora, mas sua visão estava turva, e não conseguia manter os olhos abertos muito tempo. Mas sabe que mais um par de mãos se juntava aos de Desireé na cama. Pouco importava a essa altura de quem eram, o importante é que seu êxtase parecia multiplicado agora.


Greice só é retirada de seu mundo particular e trazida de volta a realidade quando sente uma dor diferente, como se algo invadisse seu corpo. Não sabia bem onde, nem o que era, apenas sabia que alguma coisa a invadia. Inicialmente pensou em protestar, mas logo a sensação passa a agradá-la. Abre os olhos e vê o belo sorriso de Desireé a sua frente. Ela lhe beija enquanto a sensação de invasão se torna mais intensa e frequente. E também, surpreendentemente agradável. Ela não sabe se está deitada de ponta-cabeça, ou de lado, se está sentada... Só sabe que está sobre alguém, e outra pessoa a pressiona e puxa pela costa.


Essa estranha e agradável dança continua por alguns minutos, até ser interrompida pela voz de Hatter que diz:


- Minha vez!


Ao ouvir isso, ela sente que a pessoa que a puxava pela costa sair de trás dela. Novamente Hatter interrompe:


- Ei, ei, ei! Parou por quê? Pode continuar...

- Mas você disse que...

- Não disse que ia trocar de lugar com você! Não agora... Relaxa!


Greice novamente tem a sensação de conhecer a voz, mas estava muito fora da realidade pra identificá-la.


De repente sente sua boca ser invadida por uma língua. Estava sendo beijada. Percebe que dessa vez não era Desireé, pois o beijo já não era mais delicado e saboroso. Reconheceu o sabor da fumaça que havia tragado no clube. Não queria continuar com o beijo, mas não tinha forças pra pará-lo. Até que ele para.


Greice consegue abrir os olhos e ver Hatter descendo da cama. Ao fundo, ela consegue ver também Desireé ‘retocando a maquiagem’, como havia feito no momento em que a conheceu no clube. Só não conseguia ver quem ainda a tocava de forma cada vez mais intensa por trás.


Ela então fecha os olhos novamente se entregando à sensação. Logo sente as delicadas mãos de Desireé tocando seus seios, e depois sente sua boca macia os beijando. Quando abre a boca, de prazer, sente algo a invadindo. Não consegue enxergar nada, apenas vê o umbigo de Hatter a sua frente. Ele faz movimentos e continua invadindo sua boca a cada investida. Ficam os 3 assim, por alguns minutos. Ainda com seus sentidos aguçadas, Greice experimenta todos os eles ao mesmo tempo. O sabor inédito que sentia em sua boca, que era fortemente invadida quase até a garganta, por vezes lhe causando ânsia de vômito; seu corpo todo sendo tocado ao mesmo tempo em diversas partes, muitas que ela nunca havia sentido antes, talvez nem soubesse que existiam, por mãos, línguas, e outras partes de corpo que não identificava; o ângulo também inédito a sua frente, da barriga bem definida de Hatter, que ela não sabia se estava em pé, ou deitado, ou abaixo dela; os muitos cheiros de perfumes, fumaças aromáticas e de suor que se misturavam; e aquela sinfonia de gemidos e barulhos de coisas molhadas cada vez mais altos e alucinados. Greice não consegue definir como se sente a respeito de tudo o que acontece. Mas, definitivamente, não é bom. E os sentidos aguçados, só tornam tudo pior.


Tudo parecia caminhar para um desfecho apoteótico, como Greice podia prever em cada poro que se enrijecia, fossem estes dela ou não. Até que Hatter dá uma ordem que ela não consegue identificar no meio de toda aquela confusão. Só percebera que a pessoa que a puxava e empurrava a soltara. Alguns segundos de silencio se passaram, até que Hatter ordena algo novamente e dessa vez ela entende:


- Bora, mermão! Rápido, pra num perder o ritmo!


Greice então sente Hatter abandonar seu posto, e se posicionar de forma estranha, como se estivesse se ajoelhando ao seu lado, e apoiando as mãos sobre a cama. Antes que pudesse ver o que vinha a seguir, sentiu Desireé enfiando em sua boca um gole de alguma bebida com dois comprimidos dentro. Parecidos com aqueles que ela havia furtado do Coelho.


Coelho. Havia se esquecido do amigo em meio a tanta coisa que lhe acontecera naquele estranho dia. Engoliu (à força) o que quer que fosse aquilo que Desireé lhe dera, e ao olhar pro lado viu Coelho, às lágrimas, agindo de forma estranha atrás de Hatter. Já havia visto cena parecida num vídeo que seu irmão guardava escondido num DVD em sua gaveta. Mas no vídeo, não eram dois homens...


O que Coelho estava fazendo ali, e por quê?

Ela olhou o amigo e percebeu que ele chorava muito enquanto continuava agindo estranhamente com Hatter. Enquanto isso, Desireé continuava lhe beijando todo o corpo, e acariciando-a. Sua visão ficava cada vez mais turva, sentia seu coração acelerando, parecia que estava tendo um ataque. Ela apaga de novo.


Sabe-se lá quanto tempo depois, é acordada pelos gritos de Coelho, que na verdade, suplicava:


- Coé Playboy, faz isso não cara! Vamo continuar do jeito que tava... Faz isso não cara, nada a ver isso aí...

- Tu ta maluco mermão?! Quem manda nessa porra sou eu, branquelo escroto! Tu vai fazer essa merda agora se num quiser ver miolo de Coelho até no teto! Bora!


Coelho olha no fundo dos olhos arregalados e de pupilas super dilatadas de Greice, e chorando se abaixa na mesma posição que Hatter estava antes. Greice percebe que também estava na mesma posição. Estava novamente sendo invadida, mas dessa vez conseguiu ver que quem o fazia era Desireé. Porém de forma mais delicada e, ao mesmo tempo, mais intensa. Parecia que haviam dois locais sendo invadidos ao mesmo tempo. Ela usava uma espécie de cinto para conseguir tal peripécia.


Quando Hatter faz o mesmo com Coelho, este solta um urro tão alto, que mesmo se os sentidos de Greice não estivessem apurados ela teria ficado surda. Com o grito do amigo, ela parece ficar um pouco mais alerta, a ponto de perceber que o rapaz tinha uma arma apontada pra cabeça.


Greice tenta então, de forma desesperada, levantar da cama. Claro que seus músculos já não a respondiam, e ela cai de forma desengonçada no chão. Mas é o suficiente pra chamar atenção de todos ali. Coelho aproveita a distração de Hatter, dá um tapa na arma que voa a alguns metros. Sai imediatamente da posição, e puxando a amiga pelos braços tenta fugir dali.


O rapaz pega um pacote que havia deixado em cima de uma mesa, as chaves de sua moto, e nu, sai correndo com a amiga também nua nos ombros. Greice não consegue entender nada do que se passa. Parece presa num outro mundo, totalmente fora de si. Mas ela consegue ouvir um disparo. Um tiro. E só.

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